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2022

O salto planejado no ano anterior aconteceu: houve um mar de mudas, mais de 2.000, e foi preciso transplanta-las para pequenos canteiros, para aguardar a hora de ir para o solo. Porém, o viveiro, diferente do planejado, foi transformado em cobertura de canteiros e as mudas postas lá. Não foi espaço suficiente, havia muito mais mudas do que espaço disponível.

A parte seguinte do planejado também saiu diferente: colocaríamos as mudas numa área que estava em preparo, mas, por  questões variadas – saúde, distância e necessidades e objetivos pessoais variados, as mudas seguiram para o Brejal, zona rural da Posse, distrito de Petrópolis, no Rio de Janeiro. 

Certezas? Nenhuma. Todas as dúvidas possíveis. Trator, bomba d'agua, um mar de capins gigantes, mudas castigadíssimas. Muitos matos desconhecidos, tudo desconhecido. Novamente, fui assim mesmo. Errando, pegando o que tinha e fazendo o que era possível. Sabia que precisava cobrir a terra, tentava, enfim, fazia o que dava. E as plantas? Iam em frente.

Cobrir a terra era uma tarefa de hércules, feita bem mal, pois não dava tempo de fazer nada além de regar – na mangueira, diga-se de passagem, capinar, aplicar preparados que ainda tinha, e tentar entender aonde eu estava. Muitas horas em pé regando, reconhecendo matos que eu nunca tinha visto, entre eles, a trapoeraba, já anunciando o alagamento que eu nem desconfiava. 

Passei por vários bichos diferentes: a lagarta de rosca, esse fantasma que come e se enterra no pé da planta, até entender "quem está comendo" gasta um tempo. Em compensação, os Quero-quero, pássaro que faz ninho no chão, fez ninho na área de cultivo. A parte doida, é que eu não podia chegar perto de onde estava o ninho, bem entre duas plantas, pois eles têm esporões e são bravos. Molhar essa área era um suadouro. A parte ótima: comiam as lagartas! Um verdadeiro radar: andavam uma linha inteira comendo. Tive também a visita de tatus, que deixavam uns buracos fuçando as raízes. Aprendi a identificar com o César, um agricultor bastante experiente do local.

Outubro chegou, e as flores deram sinal: um mar de insetos apareceu para trabalhar polinizando, e o perfume das flores era sentido muitos metros antes de chegar ao local. Havia dias de ficar parada no meio, de tanta beleza...

Hora de recomeçar: quinto ciclo, de semente à semente!

valerianaofficinalis.com.br

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